diz-se

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Raças para o miúdo

No último programa que ouvi de O Esplendor de Portugal falaram de racismo. Gosto de ouvir este trio de convidados residentes. O Juan Goldin e o Ronaldo Bonachi, que tanto me divertem na sua razão fervorosa, pautados pela serenidade da Ana Almeida. Desta vez foi o Juan que levou a questão do racismo português ao chão. Parece que Rhianna (quem?) se queixou no twitter que foi vítima de insultos racistas no hotel (cinco estrelas) em Lisboa. Que a menina tenha sido insultada num hotel em Lisboa parece possível. Se os insultos foram racistas, talvez tenha sido um turista... alemão, sustentou o argentino Goldin. Ou ela não percebeu bem o piropo, digo eu.
Eles, um argentino, um italiano e uma cabo verdiana que habitam em Portugal, asseguram que o povo português não é racista. Eu concordo. Mas que os há, há. Eu volto a concordar. Incomoda-me falar nisso porque é sinal que algures esta coisa se esconde e se agita.

Passados uns dias o meu mais novo precisou de vacina e lá fui eu ao Centro de Saúde da Lapa, Lisboa. A sala de espera é uma delícia multicultural. Brasileiros, asiáticos, indianos, africanos e eu e o Nicolau, mais uns quantos caucasianos ou europeus comuns. Como os gatos. E os sorissos dos e para os bébés são todos iguais. Inocentes, doces e afáveis.
Eu tenho como espécie menor, e em menor consideração pessoal, uma raça: os benfiquistas. Mas até entre eles encontrei já alguns indivíduos que merecem o meu respeito e admiração. Mas, mantendo essa excepção em relação aos benfiquistas, parto com igual princípio de julgamento para qualquer pessoa. Sem olhar a raça, credo ou que tais. E custa-me perceber que algumas pessoas que conheço não o façam. E nem todos são benfiquistas.
E tudo isto porque o Isaac vai para a creche e terá por companhia, na sala verde, quatro amigas. Só. Uma brasileira, uma francesa, uma romena e uma portuguesa. Na sala ao lado, a amarela, há asiáticas e africanas em fartura. Não vou ter de lhe explicar nada.

Este blogue é tão amador e tantas vezes sem sentido que nem deu importância ao novo ano. Mas estão os autores perdoados. Por eles próprios, claro, porque tiveram entretanto 5 horas de conversa, pessoal e não digital, o que significa que em 2011 estiveram umas valentes 7 horas juntos. 

2 coisas a acrescentar:

LL disse...

Por estes lados o racismo e a segregacao social apesar de tudo e visivel...

Ondina Maria disse...

O Isaac só vai ter meninas na sala? E ainda por cima estrangeiras? Vai ser bonito, vai! Ao fim da primeira semana já vai estar a namorar com as da sala verde e a piscar os olhos (sim, os dois, pois imagino que ainda não saiba piscar só um!) às da sala amarela!

Falando de coisas sérias: infelizmente conheço pessoas que fazem juízos de raça logo à partida. Sou aquela paz de alma que acha que toda a gente é boa pessoa e depois ficou muito espantada quando descubro que nem sempre é assim!!!!! E descobri (?????) que há racistas em todo o lado. O que me custa aceitar, pois é como disseste: há aqui qualquer coisa de ruim que está a cozinhar em lume brando e eu espero sinceramente que o fogão avarie antes de o caldo levantar fervura.
Para mim a cor, religião, credo, inclinação sexual e outros que tais são apenas pormenores como a camisa que se veste ou a comida que se come. Acho que deve ter sido porque uma das minhas primeiras (e preferida) bonecas era preta, com carapinha, blusa branca e uma saia vermelha com pintas brancas e flores azuis e amarelas: com tanta cor junta, era tão apelativa que era impossível não adorá-la :)

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