Eu não percebo o que os faz perder duas horas de domingo a ver um jogo do Porto. Eu sei que, de quando em vez, lá se vê futebol do bom e jogadores, do melhor que cá temos, a fazer o que melhor sabem. Eu sei que eles, habituados aos jogos da última época, ficam à espera de grande espectáculos.... Mas este jogo, como tantos esta época, foi tão fraco que até a mim me custou aguentar até ao fim. Mas os benfiquistas lá ficam até ao último apito não vá um jogador cair e eles gritarem FALTA, PENALTI. ESCÂNDALO.
Deve haver portistas assim, eu sei. Eu, felizmente, não conheço nenhum e também não vejo jogos do Benfica. Claro que me mantenho informado sobre aquilo que os adversários vão fazendo mas não tenho paciência para ver o Jesus terráqueo a mastigar chiclet.
Ontem além dos inúmeros erros de arbitragem apontados, todos prejudiciais ao Nacional, sobravam os insultos fáceis ao Hulk. Não pelo golo fantástico que marcou. Mas porque pintou o cabelo. Ora, isto é doença. A mim o cabelo do David Luis ou as madeixas do quase melhor jogardor do mundo de seu nome Fábio, nunca me preocuparam. Nem a permanente do verdadeiro astro argentino. É preciso ser infeliz para passar uma noite de domingo assim.
Eu tenho quotas para amigos benfiquistas assim. Nas redes sociais também.
Ontem à noite vi a gala dos Dragões de Ouro. E isso merecia outro texto. Gostei de ver o Villas-Boas a aplaudir de pé, emocionado, quando os jogadores campeões nacionais, vencedores da taça, da supertaça e da Liga Europa entraram no palco. E perdi a conta a tantos títulos que conquistamos na época 2010/11. Natação, bilhar, basquetebol, hóquei, andebol, séniores, juniores, eu sei lá. E gostei daquela pronúncia. E de ouvir tantas vezes que somos Porto. E que Somos Porto mesmo quando as coisas não correm bem.
O Vitor Pereira, esse, estava a pensar no treino de hoje. Alheado das luzes mediáticas.
"É uma honra e um orgulho estar entre vocês e receber um prémio desta envergadura. Qualquer prémio atribuído a um indivíduo num desporto colectivo é, e sempre será, algo ingrato e injusto. Por isso, partilho-o convosco. Assim fomos educados, todos decisivos na obtenção do nosso sucesso, todos decisivos no nosso compromisso com a vitória. De azul e branco essa bandeira avança, de azul branco indomável e imortal, como não pôr no Porto uma esperança se daqui se fez o nome de Portugal"
André Villas-Boas
2 coisas a acrescentar:
Gostei especialmente da referencia ao barulho dos torniquetes, a arquibancada e aos confetis azuis. Pode nao ter sido a ele a escrever o discurso mas quem escreveu sabe realmente o que marcou para sempre a infancia e juventude dos adeptos que vibraram nas antas com as vitorias do fcp.
Pois é. Eu aprendi a chorar pelo Porto (de alegria) nas bancadas frias das Antas. Viver uns anos longe do Porto tem feito maravilhas a esta minha paixão. Somos Porto. E isso significa que somos mesmo melhores. Não mais. Melhores.
E na gala ao ver o presidente da casa do Porto da Venezuela erguer o Dragão de Ouro pensei em ti, caro Luis. Se fosses um gajo como deve de ser já havia casa do Porto em Savannah.
Abraço
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