diz-se

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ser benfiquista



Ontem de manhã diverti-me a ler crónicas internéticas sobre o jogo do Porto. 5-0 ao Nacional. No facebook e nos blogues, mas também nos comentários às noticias dos media on line, que hoje em dia é fácil atirar a opinião ao vento, os benfiquistas faziam a sua apreciação. Também gosto de os ouvir junto à máquina de café ou ao almoço na mesa ao lado. Uma opinião de um benfiquista sobre um jogo do Porto é a mesma coisa que ouvir o trânsito na rádio. VCI congestionada no sentido Feixo - Arrábida, problemas na Rotunda AEP, etc e a sul 2ª circular com trânsito intenso até aeroporto, mais a ponte e o fogueteiro e o diabo a quatro. É sempre o mesmo. Penalties por assinalar, expulsões perdoadas, agressões, violência e quase mortos. Escândalos de escandalizar. Ui. E uma vintena de iLikes.
Eu não percebo o que os faz perder duas horas de domingo a ver um jogo do Porto. Eu sei que, de quando em vez, lá se vê futebol do bom e jogadores, do melhor que cá temos, a fazer o que melhor sabem. Eu sei que eles, habituados aos jogos da última época, ficam à espera de grande espectáculos.... Mas este jogo, como tantos esta época, foi tão fraco que até a mim me custou aguentar até ao fim. Mas os benfiquistas lá ficam até ao último apito não vá um jogador cair e eles gritarem FALTA, PENALTI. ESCÂNDALO.
Deve haver portistas assim, eu sei. Eu, felizmente, não conheço nenhum e também não vejo jogos do Benfica. Claro que me mantenho informado sobre aquilo que os adversários vão fazendo mas não tenho paciência para ver o Jesus terráqueo a mastigar chiclet.
Ontem além dos inúmeros erros de arbitragem apontados, todos prejudiciais ao Nacional, sobravam os insultos fáceis ao Hulk. Não pelo golo fantástico que marcou. Mas porque pintou o cabelo. Ora, isto é doença. A mim o cabelo do David Luis ou as madeixas do quase melhor jogardor do mundo de seu nome Fábio, nunca me preocuparam. Nem a permanente do verdadeiro astro argentino. É preciso ser infeliz para passar uma noite de domingo assim.
Eu tenho quotas para amigos benfiquistas assim. Nas redes sociais também.

Ontem à noite vi a gala dos Dragões de Ouro. E isso merecia outro texto. Gostei de ver o Villas-Boas a aplaudir de pé, emocionado, quando os jogadores campeões nacionais, vencedores da taça, da supertaça e da Liga Europa entraram no palco. E perdi a conta a tantos títulos que conquistamos na época 2010/11. Natação, bilhar, basquetebol, hóquei, andebol, séniores, juniores, eu sei lá. E gostei daquela pronúncia. E de ouvir tantas vezes que somos Porto. E que Somos Porto mesmo quando as coisas não correm bem.
O Vitor Pereira, esse, estava a pensar no treino de hoje. Alheado das luzes mediáticas.

"É uma honra e um orgulho estar entre vocês e receber um prémio desta envergadura. Qualquer prémio atribuído a um indivíduo num desporto colectivo é, e sempre será, algo ingrato e injusto. Por isso, partilho-o convosco. Assim fomos educados, todos decisivos na obtenção do nosso sucesso, todos decisivos no nosso compromisso com a vitória. De azul e branco essa bandeira avança, de azul branco indomável e imortal, como não pôr no Porto uma esperança se daqui se fez o nome de Portugal"
André Villas-Boas


2 coisas a acrescentar:

LL disse...

Gostei especialmente da referencia ao barulho dos torniquetes, a arquibancada e aos confetis azuis. Pode nao ter sido a ele a escrever o discurso mas quem escreveu sabe realmente o que marcou para sempre a infancia e juventude dos adeptos que vibraram nas antas com as vitorias do fcp.

jotaxis disse...

Pois é. Eu aprendi a chorar pelo Porto (de alegria) nas bancadas frias das Antas. Viver uns anos longe do Porto tem feito maravilhas a esta minha paixão. Somos Porto. E isso significa que somos mesmo melhores. Não mais. Melhores.
E na gala ao ver o presidente da casa do Porto da Venezuela erguer o Dragão de Ouro pensei em ti, caro Luis. Se fosses um gajo como deve de ser já havia casa do Porto em Savannah.
Abraço

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