diz-se

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Marquetingue quê?


Vi no facebook da minha gaja que ela está interessada em ler o novo romance do Valter Hugo Mãe. Isto são modernices à prova do amor. Um tipo percebe nas redes sociais aquilo que a amada quer ter. Neste caso o que quer ler, porque um amigo sugeriu e ela fez like e mais não sei o quê.
Tendo nós conversado sobre o Valter há uns dias considerei uma oportunidade brilhante para um presente. Uma dedicatória sobre o amor que supera redes sociais, ou que delas se alimenta, e mais não sei o quê.
Eu nem gosto do Valter, apesar do autor. Mas também não sei muito bem porquê. Ou como explicaria a minha gaja, porque nunca gostas de ninguém. Mas, hora do almoço, salto à FNAC. Entro, vejo o livro, pego sem perder tempo. Caixa, cartão para aqui, cartão para ali. Obrigado.
Sento-me para a tal dedicatória e vejo, com agrado que a segunda folha está também em branco. Eu não gosto de escrever logo depois da capa. Mas esse branco amarelo desta edição contaminou todo o livro. Está em branco. Tudo. Excepção da capa.
Volto à FNAC. No apoio ao cliente pedem desculpa entre algumas piadas de circunstâncias. A funcionária solicita via telefone novo livro e informam que são todos assim. Trata-se de uma pré-venda. Uma quê? Tenho que trocar o talão de compra pelo livro, o livro, livro mesmo, a partir do próximo dia 23. Este pode ficar para si. E escreva o que quiser.
Estou bastante impressionado com a estratégia de marketing associado a esta edição. Encher uma prateleira de livros só com capa e preço (15,30€ já agora) será assim tão eficaz? Leve este que é a brincar e para a semana venha buscar um completo. Um individuo atento ou com mais tempo para as compras teria, até, folheado o livro. Ou, no limite, saberia a data de edição. Mas os gastos envolvidos nesta campanha são injustificáveis. Eu sei que produzir umas quantas capas a mais e com elas embrulhar papel sem impressão é baratito. Mas quem faz uma pré-compra do livro do Valter? Ainda por cima para oferecer?

Estive para pedir o dinheiro de volta. Mas uma prenda, é uma prenda. Já podes ler o livro, meu amor. Mas só na próxima semana.

notas: gaja, é aqui usado com carinho. Mas isso a gaja sabe. As maiúsculas no nome do autor também são propositadas. Ele que diz que terminou com o uso obstinado das minúsculas. Marquetingue, não é?

3 coisas a acrescentar:

Ondina Maria disse...

Espero que a pre-venda não seja mais interessante do que a venda propriamente dita...

calita disse...

Bem, da estratégia de marketing nem sei que diga. Do resto, olha, só posso dizer que me agradas... you know what i mean.

LL disse...

e esta maravilhosa pre-edicao teve quantos milhares de exemplares? pelos vistos a crise nao chegou as editoras...

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