diz-se

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Lisboa não é província

O agente policial impedia que as viaturas estacionassem numa esquina em Campo de Ourique. Estavam já colocadas algumas barreiras e ele próprio ali estava, na rua, a mandar os carros seguir. Eram cerca de oito lugares, ditos da EMEL, agora reservados para viaturas e outros equipamentos que darão apoio na reconstrução do imóvel mais próximo.
E lá estava o agente, devidamente fardado, à conversa com dois profissionais da construção, outrora chamados trolhas. Um tunnig aproxima-se e dentro da viatura o rapaz, óculos de sol, boné e música em volume sobre dimensionado para o sistema áudio do seu punto, pergunta: "não posso estacionar aqui?" O agente avança na sua direcção e em breves segundos terá explicado as razões. Regressa para junto do passeio e dos dois homens trabalhadores. O dono do tunning, com o carro parado, atira algo que não se percebe. Depois fez-se ouvir bem. "Vai mas é para o caralho!" e arranca a toda a velocidade gastando, mui desnecessariamente borracha dos pneus e paz do nosso sistema auditivo. "Vai tu primeiro e depois chama-me", grita heroicamente o policial.
Apreensivo, o trolha mais novo arrisca num comentário enquanto o outro só risca o chão com a biqueira da bota. "Eu, se fosse autoridade, não admitia aquilo". Era mesmo isso. "Você deve ser da província, não é?" atira o agente da autoridade enquanto lhe dá uma palmada no ombro. "Vou explicar" continua o senhor agente agora com a mão sobre o ombro do provinciano. "Aqui em Lisboa tem de ser assim, temos de saber usar o pau de dois bicos".

1 coisas a acrescentar:

calita disse...

Ahahahahahahahahahahahahahahaha. Muito bom! o senhor agente é mesmo cosmopolita, que níbel!

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