diz-se

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

(des)norte

Eu queria escrever sobre o vento da Póvoa de Varzim e sobre as tantas francesinhas que por lá comi. A melhor, nas duas variantes é, cientificamente, a do guarda sol. Contrario assim o Paulo que garante serem as do Vela Atlântica. Fraquinhas.
Eu tinha pensado em escrever sobre o Sérgio e sobre o facto de Baião poder parecer mais longe do que Rincon. Pensei num texto sobre as viagens ao Porto que me levam quase ao desespero. Num embrulho fino de alegria. Não estar com todos aqueles que quero (e desta vez eram muitos) e estar com os que posso metade do tempo, menos de metade, menos dessa metade. Por exemplo, com a Dora, ou a Patrícia, ou até com o meu pai, estive e nem sequer conversei. Também há a boda de casamento e o verdadeiro povo português. Que, para o ser, parece ter de ser emigrante ou viver para lá do Marão. E até podia escrever sobre o Baixo Sabor e a confusão que para ali vai bem próximo do Pocinho. E daqui falaria na minha anterior publicação (post) numa atitude de vaidade e desnorte. Só para sublinhar o norte.
Tinha pensado nos sinos da igreja de São Félix e o entusiasmo do Isaac. Queria, num nó demasiado óbvio, ligar as francesinhas da Póvoa às do Afonso sobre as quais conversei com o Meireles e que não partilhei com o Luis. E depois voltaria ao Sérgio que está em Baião e ao Rui que está em Lisboa e eu vejo pouco. Muito pouco. Podia ainda escrever sobre o blogue, outro, que partilharei com a Joana. Ou poderia escrever sobre os moços demasiado ocupados a crescer que não alimentam o melhor blogue que me lembro de ter visto.
Também queria escrever sobre o Vitor Pereira que quando franze a testa usa só a parte direita para o fazer. O resto está, estará, a pensar no nosso Porto. E escreveria sobre o estádio do Dragão e, nessa ocasião, sobre o Sr. José que lá chegado quase chorava e dizia que aquilo é outro mundo.
E podia, claro claro, falar dos emails para ler e dos trabalhos para fazer mesmo estando de férias. Da calma desconfiada da Ana e do adeus até breve do André. Ou do isto é que vai ser do Eduardo acreditando no talento do Moura. E até podia escrever sobre o meu novo Lázaro que como diz Bernard em As Ondas perdeu amigos pela incapacidade de atravessar a rua.
E claro. Dos meus filhos. Dos três. Mas isso não caberia neste blogue. Nem falar dos sobrinhos. Dos primos, da madrinha e padrinho velhotes ou dos tios que nem vejo, só cumprimento.
Mas nós não temos tempo. Nem tempo para o inventar. Fugimos sempre disso. Do tempo.
E por isso não escrevi nada. Coisa alguma. Até porque há já muito para ler. E bem melhor do que possa eu escrever. A Calita, por exemplo, ou o Marmelo.
Eu desligo até 16 de Agosto. E depois, uns dias e uns trocos, voltarei. Infelizmente. Claro. Até jã.

(vou só partilhar a SOKO e desligo mesmo)

1 coisas a acrescentar:

calita disse...

Parece mal escreveres o meu nome ao lado do Marmelo...

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