diz-se

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Madrugada

O senhor Sivert Høyem era a voz dos noruegueses Madrugada. A solo editou um fantástico álbum em 2004 (Ladies and Gentlemen of the Opposition) e outro em 2006 com os Volunteers (Exiles) que no fundo vai dar ao mesmo. O Moon Landing de 2009 é já mais fraquinho e em 2011 Høyem estará de volta em Setembro com Long Slow Distance. Under Administration é o single que antecipa o álbum. A evolução é imperfeita, digo eu. O som está mais duro e algo banal. Falta aquele toque cristalino que ainda encontramos, por exemplo, em Into the sea.
Mas sendo uma novidade cá fica. Porque às terças eu meto música no blogue.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Allgosto

Se o Algarve virou Allgarve por marquetingue eu proponho o Allgosto em Lisboa.
Devia haver um código de ajuda para viver nesta cidade durante o Allgosto. Há, é verdade, lugares para estacionar o carro um pouco por todo o lado. Sem recorrer aos passeios. A fila de trânsito na 25 de Abril está invertida. É de norte para sul nas horas de ponta. Mas o pico do Allgosto na ponte é em Julho. É o horror das camionetas escolares. As criancinhas tipo sardinhas em lata a caminho da Caparica. À mercê da Brigada de Trânsito e das ocasionais longas operações stop para ver o estado da coisa. Das carripanas.
O pior neste Allgosto são os restaurantes. Fechado. Fechado. Fechado. Está tudo fechado. Frango no churrasco para levar? Nem isso. Até porque o Xurrex fechou há 4 meses por questões técnicas.
O que fica neste Allgosto é o mesmo que encontramos no Allgarve. Tudo orientado para o turista. Vai daí os restaurantes que interessam fecham. Vai tudo para a terra. Cafés incluídos. E até as frutarias e as bancas do mercado e outros serviços de utilidade pública. Fechado. Fechado. Fechado. Deveria haver obrigatoriedade de serviços mínimos obrigatórios durante o Allgosto. Se já é difícil comer um croissant decente em Lisboa, em Allgosto é impossível. Bati em dezenas de portas fechadas para comprar uns croquetes. Felizmente lembrei-me, ainda a tempo do almoço, da rota turística do 28. Lá estava A Tentadora de portas abertas recheada de lisboetas do bairro misturados com os loiros bronzeados de máquina a tiracolo. Comprei os croquetes todos que tinham.
Há quem trabalhe, claro. Mas até esses sabem que ficar em Lisboa durante o Allgosto é canja. Apesar de se a quiser comer terão, provavelmente, de a fazer em casa.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cults

Quando ouvi o album de estreia destes jovens fui transportado de imediato para um filme frances dos anos 60 protagonizado pelo Alain Delon. A musica tem destas coisas.
As 11 cancoes do cd prefaz pouco mais de 30 minutos o que acaba por ser uma duracao excelente. Se calhar estes meninos fazem este disquito tal como tantas outras bandas e desaparecem do mapa mas isso realmente nao interessa para o caso. Nao e um disco pretencioso apenas um simples conjunto de cancoes indie pop (ou que quer que lhes queiram chamar...) que nos transporta para outros mundos (nao, nao fumei umas coisas estranhas).
Mas o real motivo pelo qual eu coloco este video foi o facto de no ultimo video do Jotaxis aparecer um fulano a andar de bike. Tinha de elevar a fasquia.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Walmart

Hoje tive de ir ao Walmart.
Precisei de comprar uns botoes para pregar num casaco e tive de recorrer a esta instituicao norte-americana. O Walmart faz parte da vida dos americanos da mesma forma que o Macdonald’s ou hino nacional. E possivel que estejam todos no mesmo patamar de importancia.
Para quem nao sabe o Walmart e cadeia de hipermercados mais importante dos EUA, cujos precos sao os mais baixos e onde se encontra de tudo um pouco. Algo equivalente ao nosso Continente. Mas enganem-se se pensam que a fauna e semelhante.
Nao fui la por vontade propria. Basicamente fui obrigado. Era isso ou andar com o blazer sem botoes.
Ir a este estabelecimento provoca-me uma certa repulsa. Apenas vou la quando preciso de alguma coisa que nao encontro em outro lado. E isto porque? Basicamente por causa das pessoas que la andam. Nas poucas vezes que la fui vi coisas que nunca imaginei ver. Vi as pessoas mais estranhas possiveis. As familias mais disfuncionais passiveis de uma banda desenhada. O que acontece e que estas pessoas nao fazem parte de uma banda desenhada. Estas pessoas sao o retrato desta sociedade.
Cuidado com as imagens que se seguem. Podem ferir as pessoas mais susceptiveis





terça-feira, 16 de agosto de 2011

Analógico

subtítulo: ou palissadas confusas de quem voltou de férias e tenta, como sempre, tomar decisões que provavelmente não chegarão, neste caso, ao papel.

A distância. Por causa dela temos este blogue. Eu e um amigo. Há outras distâncias que não ficam resolvidas pela via digital. Apesar disso tenho tido enormes surpresas. Com o facebook e até mesmo na blogosfera. Pelo facebook encontrei já velhos amigos que parecem continuar novos. Com alguns já encurtei a distância e até já partilhei mesa e conversas de miúdos que parece que não cresceram. Pelo menos entre eles. O facebook, apesar do muito voyeurismo exagerado, é também espaço para saber de filhos e divórcios, sucessos e viagens. Descobrir a música, os livros ou os filmes que os amigos sugerem. E coisas.
Mas tenho de voltar ao papel e à caneta. E manter a mesa e o receber gente em casa e eu estar na deles. Há muito para além do que se pode ter pela via digital.
Dantes, muito tempo antes disto tudo, tive amigos muitos que trocavam cartas com desconhecidos. Correspondiam-se com pessoas que nunca chegaram a ver. De outros países. Era o facebook analógico dos anos 80. Antes do email, do messenger, do Hi5 ou dos blogues.

Vou enviar uma carta, em papel decente, para um amigo que não é muito dado a estas modernices digitais. E se calhar meto-me a escrever cartas para mais gente.

E porque hoje é terça feira meto eu um vídeo. De 2006. Ainda não tinha (tínhamos) facebook.



domingo, 14 de agosto de 2011

Lupercalia festival

Hoje publico nao um mas dois videos. O artista: Patrick Wolf.
Recentemente editou o novo album Lupercalia (referencia ao festival de amor e fertilidade da antiguidade). Nota-se claramente a competencia do jovem em adornar os seus temas e acrescentar-lhes orquestracoes complexas. Ja se tinha notado um ambiente de alegria e festividade no album anterior (The Magic Position) mas este album volta a reforcar essa ideia.
A voz e melodia continua bem presente no entanto porque nao voltar as raizes do album “Wind with the wires” no qual ele mantinha os temas mais crus e simples e que provocou um forte impacto na altura? Apesar dessa inevitavel comparacao este album nao deixa de ser um excelente conjunto de cancoes.


sábado, 13 de agosto de 2011

Portistas

Este blogue é portista. É quase a única qualidade que tem. Somos os dois, os autores, portistas. Ainda que eu viva da euforia louca e o parceiro das américas na crítica desconfiada. Mas somos portistas desde pequeninos. Até morrer. Eu vivo da euforia em êxtase, como no resto, o parceiro, como no resto, vive da serenidade e da análise crítica para não ter de corrigir a boca.
O Porto é das minhas maiores obsessões. Planeio os dias para poder assistir aos jogos e posso ficar triste (muito) se não "ganhamos". Fico ainda mais triste quando não ganhamos e foi justo tal assim ter acontecido.
Com o Luis gritei GOLO inúmeras vezes. (Os portistas celebram mais vezes.) Partilhamos, diante de uma pequena televisão, as vitórias em Sevilha e Gelsenkirchen. Uma mão cheia de campeonatos, taças e afins. Lembro-me de muitos jogos épicos que vi com o parceiro do blogue. Lembro-me de outros banais. Como a vitória diante do Rio Ave por 3-0 em 2005. O Co Adriaanse assumia o comando técnico e perante a desconfiança generalizada esperamos pelo minuto 87 para marcar o primeiro golo. Estava com o Luis e com o Pimenta, na casa deste último na Ruben A, sem saber o que pensar. Nesse minutos finais soubemos que seriamos campeões. Fomos.
Ou a assistir nas Antas ao primeiro jogo do José Mourinho em 2002. Empate com Os Belenenses.
O início do campeonato é sempre igual. O Benfica vai ser campeão apesar do Sporting estar muito melhor do que no ano passado. O Porto está sempre mais fraco. Porque vendeu o Ricardo Carvalho, o Deco, o Pepe, o Paulo Ferreira, o Cissokho, o Lucho ou o Lisandro. Este ano perdemos o André que, tal como o Mourinho, não era grande coisa até sair do Porto.
Em Lisboa acendem velinhas em altares pagãos para que alguém leve o Falcao, o Moutinho, o Guarin, o Álvaro, o Rolando e até o Hulk antes de 31 de Agosto. Mesmo aqueles que garantem serem este jogadores de qualidade inferior às que lá têm no plantel do clube amado.
É sempre assim. E no fim... ganhamos nós. Mais vezes. Somos Porto.


(nota: a Liga começou este fim-de-semana e o Porto só joga amanhã. Mas, este ano com o Vitor Pereira, já temos uma supertaça Cândido Oliveira e a 26 de Agosto estaremos, orgulhosamente, no Mónaco. Não é para todos)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cavalos

Posso dizer que viajar nestas estradas norte americanas e uma valente seca. Milhas interminaveis de rectas, com policiamento em cada esquina obrigando a cumprir os limites de velocidade. Mau. Muito Mau.
Por isso quando vou na estrada da para perder tempo a observar tudo o que nos rodeia nomeadamente o parque automovel que nos acompanha. E depois de pouco tempo de observacao facilmente se chega a conclusao que o principal veiculo que se ve e sem duvida a pick-up.
Presumo que todos sabem o que e uma pick-up no entanto para os mais desligados da cultura automobilistica segue uma foto em baixo.Veiculos com mais cavalos e cilindrada que uma mao cheia de smarts juntos teriam, que consomem mais gasolina, sim gasolina, que o ordenando minimo nacional algum dia permitiria. Obviamente que podemos dizer que o preco da gasolina e metade do valor praticado em Portugal e que os salarios aqui sao mais altos mas mesmo assim este facto nao deixa de ser revelador de algo. Olhando para o veiculo que associacao podemos fazer?Pois bem, se se tentarem recordar dos filmes de indios e cowboys que todos nos vimos em miudos, o veiculo mais recorrente era a carroca. Estao a ver a associacao?

Esta gente ainda vive como ha cem anos atras. A unica diferenca e que em vez de terem 2 ou 4 cavalos a puxar a carroca, agora tem um motor de 300 ou 400 cavalos.



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

S O K O

Até já.

(des)norte

Eu queria escrever sobre o vento da Póvoa de Varzim e sobre as tantas francesinhas que por lá comi. A melhor, nas duas variantes é, cientificamente, a do guarda sol. Contrario assim o Paulo que garante serem as do Vela Atlântica. Fraquinhas.
Eu tinha pensado em escrever sobre o Sérgio e sobre o facto de Baião poder parecer mais longe do que Rincon. Pensei num texto sobre as viagens ao Porto que me levam quase ao desespero. Num embrulho fino de alegria. Não estar com todos aqueles que quero (e desta vez eram muitos) e estar com os que posso metade do tempo, menos de metade, menos dessa metade. Por exemplo, com a Dora, ou a Patrícia, ou até com o meu pai, estive e nem sequer conversei. Também há a boda de casamento e o verdadeiro povo português. Que, para o ser, parece ter de ser emigrante ou viver para lá do Marão. E até podia escrever sobre o Baixo Sabor e a confusão que para ali vai bem próximo do Pocinho. E daqui falaria na minha anterior publicação (post) numa atitude de vaidade e desnorte. Só para sublinhar o norte.
Tinha pensado nos sinos da igreja de São Félix e o entusiasmo do Isaac. Queria, num nó demasiado óbvio, ligar as francesinhas da Póvoa às do Afonso sobre as quais conversei com o Meireles e que não partilhei com o Luis. E depois voltaria ao Sérgio que está em Baião e ao Rui que está em Lisboa e eu vejo pouco. Muito pouco. Podia ainda escrever sobre o blogue, outro, que partilharei com a Joana. Ou poderia escrever sobre os moços demasiado ocupados a crescer que não alimentam o melhor blogue que me lembro de ter visto.
Também queria escrever sobre o Vitor Pereira que quando franze a testa usa só a parte direita para o fazer. O resto está, estará, a pensar no nosso Porto. E escreveria sobre o estádio do Dragão e, nessa ocasião, sobre o Sr. José que lá chegado quase chorava e dizia que aquilo é outro mundo.
E podia, claro claro, falar dos emails para ler e dos trabalhos para fazer mesmo estando de férias. Da calma desconfiada da Ana e do adeus até breve do André. Ou do isto é que vai ser do Eduardo acreditando no talento do Moura. E até podia escrever sobre o meu novo Lázaro que como diz Bernard em As Ondas perdeu amigos pela incapacidade de atravessar a rua.
E claro. Dos meus filhos. Dos três. Mas isso não caberia neste blogue. Nem falar dos sobrinhos. Dos primos, da madrinha e padrinho velhotes ou dos tios que nem vejo, só cumprimento.
Mas nós não temos tempo. Nem tempo para o inventar. Fugimos sempre disso. Do tempo.
E por isso não escrevi nada. Coisa alguma. Até porque há já muito para ler. E bem melhor do que possa eu escrever. A Calita, por exemplo, ou o Marmelo.
Eu desligo até 16 de Agosto. E depois, uns dias e uns trocos, voltarei. Infelizmente. Claro. Até jã.

(vou só partilhar a SOKO e desligo mesmo)

Verdadeiro Saudosismo

Dando continuidade ao ultimo video que publiquei da Anna Calvi nao resisti a colocar este video.
Muitos consideram a Siouxsie Sioux a rainha do gotico mas independente dos rotulos que queiramos lhe dar a sua voz e inconfundivel. "The Killing Jar" faz parte de um dos ultimos albuns dos Siouxsie and the Banshees editado em 1988 e foi considerado pela Melody Maker como o mais surpreendente disco britanico desse ano. Neste album a banda revela-se claramente confiante, desprendida e tao excitante como no seu inicio em 1978.
E sem duvida que a voz exotica, erotica e eternamente profunda da Siouxsie e a cereja no topo do bolo.

PS. Ondina Maria esta foi especialmente a pensar em ti.